Pais brilhantes, Professores fascinantes by Augusto Cury

Pais brilhantes, Professores fascinantes by Augusto Cury

Author:Augusto Cury [Cury, Augusto]
Format: epub
Published: 2010-07-18T01:13:44.181000+00:00


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Expressar autoridade com

agressividade

C erto dia, descontente com a reação agressiva do seu pai, um filho levantou a voz para ele. O pai sentiu-se desafiado e o espancou. Disse-lhe que nunca deveria falar com ele daquele modo. Aos gritos, afirmou que quem mandava naquela casa era ele, que era ele que o sustentava. O pai impôs sua autoridade com violência. Ganhou o temor do filho, mas perdeu para sempre o seu amor.

Muitos pais agridem e criticam um ao outro na frente dos filhos. Quando estivermos ansiosos e sem condições de conversar, a melhor coisa é sair de cena. Vá para o quarto e faça outra coisa, até conseguir abrir as janelas da memória e tratar com inteligência os assuntos polêmicos.

Todavia, não há casais perfeitos. Todos cometemos

excessos na frente dos filhos, todos ficamos estressados. A pessoa mais calma tem seus momentos de ansiedade e irracionalidade. Portanto, embora desejável, não é possível evitar todos os atritos na frente dos filhos. O importante é o destino que damos aos nossos erros.

O mesmo princípio serve para os professores. Quando dermos um espetáculo agressivo na frente das crianças, devemos pedir desculpas não apenas para o nosso cônjuge, mas também para os filhos, pela manifestação de intolerância a que assistiram. Se temos coragem para errar, devemos ter coragem para refazer nosso erro.

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Uma pessoa autoritária nem sempre é bruta e agressiva. Às vezes sua violência está disfarçada numa delicada

imutabilidade e teimosia. Ninguém muda sua opinião. Se insistirmos em manter nossa autoridade a qualquer custo, estaremos cometendo um pecado capital na educação dos nossos filhos. Nosso autoritarismo controlará a inteligência deles.

Nossos filhos poderão reproduzir nossas reações no futuro. Aliás, observe que costumamos reproduzir os comportamentos dos nossos pais que mais condenamos em nossa infância. O

registro silencioso não-trabalhado cria moldes no secreto da nossa personalidade.

Alguns filhos, quando estão irritados, apontam os erros dos seus pais e os provocam. Quantos pais perdem o amor dos seus filhos porque não sabem dialogar com eles quando são desafiados! Têm medo de que o diálogo lhes roube a autoridade. Não conseguem ser questionados. Alguns pais odeiam quando seus filhos comentam sobre suas falhas. Eles parecem intocáveis. Reagem com violência. Impõem uma autoridade que sufoca a lucidez dos filhos. Estão formando pessoas que também reagirão com violência.

Os pais que impõem sua autoridade são aqueles que têm receio das suas próprias fragilidades. Os limites devem ser colocados, mas não impostos. Alguns limites, como comentei, são inegociáveis, porque comprometem a saúde e a segurança dos filhos, mas mesmo nestes casos deve-se fazer uma mesaredonda com os filhos e dialogar sobre os motivos desses limites.

Nesses vinte anos atendendo inúmeros pacientes, descobri que certos pais eram superamados pelos seus filhos. Eles não os espancaram, não eram autoritários, não deram bens materiais a eles e nem tinham privilégios sociais. Qual foi o seu segredo? Eles se deram aos filhos, educaram a emoção dos filhos, cruzaram seu mundo com o mundo deles. Viveram na-89

turalmente, sem mesmo conhecer os princípios que comentei sobre os pais brilhantes.

O diálogo é uma ferramenta educacional insubstituível.



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