O Brasil tem cura by Rachel Sheherazade

O Brasil tem cura by Rachel Sheherazade

Author:Rachel Sheherazade [Sheherazade, Rachel]
Language: por
Format: epub
ISBN: 9788543301181
Publisher: Editora Mundo Cristão
Published: 2015-11-13T02:00:00+00:00


CAPÍTULO 3

O TRATAMENTO

A renovação do pensamento e a transformação individual e social

A conservadora Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990, é exemplo de política que não se curvou ao populismo nem ao politicamente correto. Muito pelo contrário. Enquanto regeu os interesses da Grã-Bretanha, a Dama de Ferro tomou medidas impopulares, como a elevação de impostos, a redução de gastos com benefícios sociais e as privatizações de empresas públicas. Thatcher não titubeou nem mesmo ao declarar guerra à Argentina, quando o país sul-americano invadiu as ilhas Falklands (Malvinas), em 1982. Apesar das críticas, a premier conseguiu tirar o Reino Unido de uma profunda letargia econômica e política.

Thatcher, que não admitia submeter-se a pressões, tinha preocupação especial com o pensamento do povo, na linha dos ideais muitas vezes associados a ela: “Vigie seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Vigie suas palavras, pois elas se tornam ações. Cuidado com suas ações, porque elas se tornam hábitos. Cuidado com seus hábitos, porque eles formam seu caráter. Vigie seu caráter, pois ele será o seu destino. O que pensamos, nos tornamos”.

Essa sábia linha de pensamento bem que poderia ser seguida em nosso país, pelo bem maior do povo. Miséria, ignorância, corrupção, violência, injustiça... Antes de qualquer reflexo, consequência, ação ou reação, os males do Brasil são frutos amargos que nascem porque têm suas raízes em formas de pensar equivocadas dos brasileiros. É da maneira de pensar que nascem as escolhas, o agir, a identidade, o caráter e o destino de uma nação. E, se quisermos curar o Brasil, é preciso mudar, antes, o pensamento de cada brasileiro. Temos de renovar a mente, deixando de lado o que leva a ações nocivas e alimentando o que é bom e virtuoso.

Quando pensamos em identidade nacional, logo nos vêm à mente elementos como o futebol e o carnaval. Na área dos valores, porém, o que automaticamente nos ocorre é o famigerado “jeitinho brasileiro”. A expressão remete à prática comum da desonestidade, suavizada por um eufemismo diminutivo e até carinhoso. O “jeitinho brasileiro” nada mais é do que a quebra das regras sociais, o atropelo das leis e a tolerância com a corrupção, desde que ela nos favoreça ou aos nossos.

Segundo o especialista em psicologia social e em antropologia Gilberto Gnoato, trata-se de uma “categoria intermediária que se situa entre a honestidade e a marginalidade, pois é justamente este o lugar do malandro, o ‘profissional do jeitinho’”.1 Gnoato explica que o “jeitinho brasileiro” situa-se numa lacuna entre o legal e o ilegal, onde as leis seriam “relativas”. Essa relativização ocorreria porque, dependendo do contexto em que elas se encontram ou da identidade dos envolvidos, podem ou não valer. Um exemplo é o do fiscal que, dependendo da propina paga, pode fazer vista grossa diante de uma irregularidade ou ilegalidade.

Mas, a consequência do “jeitinho” pode ser desastrosa. Um caso muito emblemático é o do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (SC), ocorrido em 27 de janeiro de 2013. Diferentes fatores contribuíram para a tragédia, mas,



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